Inteligência artificial pode ser nova disrupção na construção, diz especialista
Um estudo divulgado pela Deloitte revelou que 64% das empresas de construção tiveram ganhos de eficiência após a adoção de novas tecnologias. Nesse contexto, a Inteligência Artificial (IA) tem avançado, mas será que esses sistemas são o próximo passo de evolução para um setor que demorou a entrar na era digital?
Segundo o CEO da Inovatech, Luiz Henrique Ferreira – em entrevista para a Feicon -, a aplicação prática da IA na construção ainda está nos primeiros passos no Brasil. Ele observou que seu uso é mais comum nas áreas comerciais e de vendas dos empreendimentos, além de iniciativas isoladas. No entanto, ele acredita que a IA tem potencial para ser a próxima disrupção de mercado, principalmente em gestão, planejamento e execução de tarefas operacionais repetitivas.
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Inteligência artificial e humanos na construção
Apesar dos benefícios da IA, como redução de custos, melhor eficiência, produtividade, segurança, qualidade e sustentabilidade, é necessário ter cautela. O equilíbrio entre máquina e capital humano é fundamental, segundo ele, especialmente quando se trata de edificações que podem colocar em risco a vida das pessoas. Ferreira ressalta que, mesmo com o avanço da tecnologia, a responsabilidade técnica deve ser inteiramente dos profissionais.
No varejo da construção, a pandemia de Covid-19 intensificou os investimentos no ambiente digital. As várias possibilidades da IA nesse mercado representam uma evolução, trazendo segurança e eficiência para os canteiros de obras. Robôs para tarefas perigosas, sistemas de manutenção inteligentes e identificação de riscos nas obras são algumas das soluções já em uso.
A integração da IA com o Building Information Modeling (BIM) também promete elevar a assertividade, agilidade e qualidade dos projetos. Além disso, facilitará a identificação de padrões e evitará erros, permitindo uma atuação mais integrada e estratégica dos profissionais.
No entanto, existem desafios que limitam a escala dessas tecnologias, como o valor de investimento e a integração com sistemas já utilizados. Segundo Ferreira, a qualificação da mão de obra é um dos principais desafios. Ele defende que é preciso formar profissionais capazes de analisar com responsabilidade os resultados gerados pela IA é essencial.