13 de agosto de 2025

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Por: Redação

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Tags: construção

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Categorias: destaques, Mercado

Votorantim Cimentos cresce e acompanha bom momento do mercado de cimentos

A Votorantim Cimentos encerrou o segundo trimestre de 2025 com crescimento de receita, lucro e volume de vendas. A receita líquida consolidada foi de R$ 7,5 bilhões, alta de 5% em moeda local em relação ao 2T24. As vendas globais de cimento somaram 9,3 milhões de toneladas, aumento de 3% no período.

O EBITDA ajustado consolidado atingiu R$ 1,8 bilhão, avanço de 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, excluindo variação cambial. A margem EBITDA subiu para 24%, alta de um ponto percentual. O lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, crescimento de 250% em relação ao 2T24, impulsionado pelo resultado operacional, efeitos fiscais e pela venda de ativos no Marrocos.

Os investimentos (Capex) chegaram a R$ 808 milhões, 20% acima do registrado no mesmo trimestre de 2024. A aplicação de recursos seguiu o plano global de modernização, competitividade, descarbonização e novos negócios.

Segundo o CEO global, Osvaldo Ayres, a diversificação geográfica e de produtos ajudou a sustentar os resultados em um cenário volátil. “Seguimos avançando nos investimentos em competitividade, descarbonização e novos negócios, possibilitados pela nossa robustez e disciplina financeira”, afirmou.

A alavancagem medida pela relação dívida líquida/EBITDA ajustado caiu para 1,78x, redução de 0,19x frente ao 2T24. O caixa e as aplicações somaram R$ 5,2 bilhões, suficientes para cobrir obrigações pelos próximos quatro anos. O CFO global, Antonio Pelicano, destacou a venda de ativos no Marrocos e na Tunísia como parte da estratégia de gestão de portfólio e alocação de capital.

Em agosto, a companhia anunciou R$ 330 milhões em investimentos para ampliar e modernizar operações em Nobres e Cuiabá (MT), com conclusão prevista para 2026. Em Nobres, a capacidade de produção de cimento vai aumentar 60%, passando de 750 mil para 1,2 milhão de toneladas por ano. A produção de calcário agrícola subirá 20%, alcançando 900 mil toneladas anuais.

Em Cuiabá, a unidade receberá modernizações e uma planta de trituração de pneus inservíveis, destinados ao coprocessamento nos fornos da empresa, substituindo coque de petróleo e reduzindo emissões de CO₂.

Desempenho por região

  • Brasil: Receita líquida de R$ 3,5 bilhões, alta de 8%. EBITDA ajustado de R$ 555 milhões, queda de 2% devido a custos variáveis maiores.

  • América do Norte: Receita líquida de R$ 2,4 bilhões, avanço de 3%. EBITDA de R$ 728 milhões, alta de 10%, com ganhos de preço e redução de custos.

  • Europa e Ásia: Receita líquida de R$ 1,2 bilhão, crescimento de 3%. EBITDA de R$ 399 milhões, aumento de 32%, beneficiado por preços na Espanha e vendas na Turquia.

  • América Latina: Receita líquida de R$ 284 milhões, alta de 20%. EBITDA de R$ 61 milhões, crescimento de 92%, com melhora de margens.

Vendas de cimento também crescem 3,1% em julho

A indústria brasileira de cimento iniciou o segundo semestre de 2025 com alta nas vendas. Foram comercializadas 6,1 milhões de toneladas em julho, crescimento de 3,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No acumulado de janeiro a julho, o volume chegou a 38,2 milhões de toneladas, avanço de 3,7%.

O desempenho segue impulsionado pelo setor imobiliário aquecido e pelo mercado de trabalho em expansão. O Minha Casa, Minha Vida mantém ritmo de contratações em alta e deve superar a meta de 2 milhões de unidades prevista para 2023-2026. Já o mercado de trabalho apresenta recordes de empregos formais, aumento da massa salarial e queda na taxa de desemprego.

A confiança do consumidor subiu em julho, com melhora moderada nas avaliações sobre o presente e o futuro, sobretudo nas faixas de renda mais baixa e mais alta.

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As

Tecnologias reduzem impacto ambiental

 O setor avança em projetos para reduzir a pegada de carbono e conter custos, com destaque para o coprocessamento — uso de resíduos industriais, comerciais, domésticos e biomassas no lugar de combustíveis fósseis.

Em 2023, o índice de substituição de coque de petróleo chegou a 32%, antecipando em três anos a meta prevista. Foram processadas 3,25 milhões de toneladas de resíduos, evitando a emissão de 3,4 milhões de toneladas de CO₂.

Às vésperas da COP30, o Brasil mantém posição de destaque global pela baixa emissão no processo produtivo, resultado de investimentos em matérias-primas alternativas, combustíveis de menor impacto e eficiência energética.

Concreto no planejamento urbano

Diante dos efeitos das mudanças climáticas, cresce o uso de concreto em rodovias e vias urbanas como alternativa durável e sustentável. O material oferece resistência, segurança e economia no ciclo de vida dos pavimentos e contribui para a qualificação da malha viária nacional.

“A indústria do cimento busca novas e importantes soluções para a redução de sua pegada de CO₂, por meio de um ativo fundamental disponível no Brasil, a partir de remoções de carbono em projetos de recuperação florestal e de Soluções baseadas na Natureza (SbN)”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.