12 de maio de 2021

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Por: Apelmat

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Categorias: Equipamentos, Mercado

Transporte de material sobre correias avança na mineração

As mineradoras encontraram uma alternativa para reduzir custo operacional na movimentação de minério, areia ou agregados, sem utilizar caminhões fora-de-estrada, eliminando gastos com combustível. A solução é o uso de correias transportadoras para melhorar a mobilidade logística de minerais a granel na indústria dos mais variados segmentos, como grãos, cobre, ferro, ouro, bauxita, níquel e carvão, entre outros.

Com o uso das correias é possível, por exemplo, aumentar o volume do material transportado e a velocidade de movimentação, além de implantar tecnologias de monitoramento, controle de partida e de frenagem das correias durante a operação. Para se ter ideia, esses equipamentos chegam a percorrer, em alguns casos, de 10 a 11 quilômetros de distância, como no Projeto Carajás S11D da Vale, no Pará, a maior mina de extração de minério no país.

Essa logística interna é totalmente planejada em projeto, que no caso da S11D também é truckless, ou seja, não utiliza caminhões fora-de-estrada, o que reduz a emissão de gases e material particulado, com menor trânsito de veículos na área de lavra. A escavadeira retira o material da cava e deposita no britador móvel localizado próximo ao equipamento. Em seguida, o material é transportado pelas correias até uma casa de transferência, onde é classificado e enviado para diferentes destinos.

Paulo Batagini, gerente de engenharia na Superior Industries do Brasil, explica que as correias transportadoras são equipamentos viáveis em relação ao consumo de óleo diesel. “As mineradoras que ainda usam caminhão fora-de-estrada para conduzir as rochas até as usinas, arcam com custos de desgaste de pneus, caçambas, consumo de óleo diesel, além de mão-de-obra. Essa modalidade eleva o custo da operação”, diz.

A Superior fornece transportadores de correia e seus componentes que fazem a captação do minério desde o ponto de extração e conduzem para os locais de processamento. Nas grandes mineradoras esse processo avança em longas distâncias. Isso porque os fabricantes têm desenvolvido para possibilitar o aumento de capacidade de material e velocidade de transporte, além de tecnologias de monitoramento, controle de partida e de frenagem das correias durante a operação.

Mineração de agregados

As pedreiras também precisam de um custo operacional adequado à boa mobilidade logística para dar fluxo interno à produção. Por sua vez, a Superior está se empenhando para difundir o conceito de movimentação sobre esteiras na mineração de areia e agregados. Danilo Bibancos, diretor executivo da Superior Industries, destaca que o custo operacional com carregamento e transporte de agregados, considerando gastos com combustível, desgaste e manutenção dos equipamentos utilizados no processo, é preponderante para as pedreiras considerarem as correias transportadoras como opção atraente.

Segundo Danilo, hoje as empresas estão decididas a reduzir custo nesse processo, identificando onde podem minimizar gastos e melhorar receita. “Uma instalação de transportadores bem projetada vai eliminar o custo de, pelo menos, quatro ou cinco caminhões circulando na pedreira, dependendo das distâncias e toneladas movimentadas”, destaca Bibancos. “Quem busca excelência operacional na movimentação de agregados, certamente vai encontrar nos transportadores”, reforça.

Tendência para britagem móvel

Pense no custo que pode evitado quando não é necessário fazer fundação, tampouco preparar terreno com base de apoios e vigas para se instalar uma planta fixa de transporte de agregados. Essa economia é possível, de acordo com Danilo, com o uso de plantas móveis de transporte de agregados, que podem ser utilizadas desde a extração até a movimentação e processamento.

Nesse caso, os transportadores são montados sobre rodas e podem ser deslocados para trabalhar em diferentes locais. O sistema com rodas é projetado para se transportar até o local, ser assentado, passar pelos ajustes de nivelamento e operar como planta estática.

Além de portáteis, esses equipamentos também podem ser radiais, que conseguem sobrepor a pilha de material e deixá-la num formato de “feijão” ou de letra “C”, onde é possível para a indústria estocar maior quantidade de material que em formato cônico.

O transportador semi-permanente “Zip Line”, por exemplo, é ideal para minas a céu aberto que vão progredindo conforme a lavra. Esse equipamento pode, inclusive, ser realocado para outras posições, encurtado ou ampliado com mais módulos conforme as necessidades de movimentação de material. O proprietário pode utilizá-lo em vários projetos.

“As mineradoras precisam enxergar as plantas móveis como equipamentos que vão levar praticidade e mobilidade às operações, com um custo/benefício atraente. Antes o acesso ao capital era muito caro no Brasil, o que fazia as empresas relutarem antes de investir em equipamentos. Mas hoje há um incentivo para o crescimento industrial, o empreiteiro tem acesso a crédito com taxas de juros atraentes. Um transportador móvel dá um retorno de aproximadamente 30% ao ano, se paga em três anos, e tem durabilidade de décadas”, conjectura Danilo Bibancos, da Superior.

A Superior está discutindo a possibilidade de alugar esses equipamentos, para introduzi-los no mercado e torná-los conhecidos antes de fortalecer as vendas. “No momento buscamos locadoras interessadas em disponibilizar esses transportadores móveis em suas frotas”, avisa Bibancos. De acordo com ele, nos Estados Unidos os principais clientes desses equipamentos são locadoras.