Seminário debate papel da mineração na transição energética

O Seminário Internacional Metso (SIM) vai reunir líderes da mineração em 6 de novembro, em Belo Horizonte. O encontro, realizado a cada dois anos, chega à edição de 2025 em meio à discussão global sobre a transição energética.

“O mundo está descobrindo que sem minerais é impossível fazer a transição energética. Mais do que nunca é hora de a própria indústria mineral assumir essa narrativa, porque ninguém conhece mais a mineração do que o próprio setor”, afirma Marcelo Motti, vice-presidente de Vendas e Serviços da Metso e anfitrião do evento.

Segundo ele, o SIM 2025 mantém o formato de fórum de alto nível com executivos do setor, mas amplia o debate para temas como mudanças geopolíticas, logística e desafios de formação de mão de obra.

A ênfase em geopolítica decorre do espaço que o Brasil pode ocupar como fornecedor de minerais críticos. O tema ganhou destaque após relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) indicar crescimento expressivo da demanda. O lítio, por exemplo, registrou aumento de 30% em 2024, contra média de 10% ao ano na década de 2010. Níquel, cobalto, grafite e terras-raras tiveram alta entre 6% e 8%. O cobre avançou cerca de 3%.

Apesar da procura crescente, 86% do refino de minerais energéticos segue concentrado em três países, com destaque para a China no caso das terras-raras. No Brasil, especialistas apontam potencial amplo, pela presença de praticamente todos os minerais considerados críticos. “Um exemplo é o estudo recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que identificou nova reserva de fosfato, urânio e terras raras no Piauí”, diz Motti.

A mineração brasileira, no entanto, enfrenta desafios de sustentabilidade socioambiental e de atração de profissionais, já que as operações estão em áreas remotas. O setor também acelera a adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial aplicada à prospecção de jazidas e uso de equipamentos autônomos e elétricos.

“A indústria de mineração está introduzindo novos modelos de negócios, senão não poderá atender a demanda futura de minerais, tanto para a transição energética, como para outras atividades”, afirma Motti. “Temos visto a discussão acontecer pelo ponto de vista de outros mercados, mas é a liderança de mineração que conhece de perto os desafios, prazos e complexidades do setor.”

O SIM 2025 terá seis painéis temáticos, cada um com três executivos e mediação de especialistas, além de duas palestras iniciais sobre geopolítica mundial e tecnologia. A abertura será feita por Sami Takaluoma, presidente global e CEO da Metso. Eduardo Nilo, presidente da empresa na América do Sul, também participa.

“É o momento da mineração falando com a mineração, pois esperamos um público altamente qualificado de cerca de 150 profissionais”, conclui Motti.