24 de janeiro de 2020

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Por: Apelmat

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Categorias: Gestão, Pesquisas

Reciclagem de resíduos é solução para a construção civil

Medida evita gastos com descarte em aterros sanitários e de inertes

Jessica Marques

A reciclagem de resíduos mostra-se como uma solução para a construção civil. A medida evita gastos com descarte em aterros sanitários e de inertes.

A medida faz-se essencial em um momento em que o agregado natural extraído de pedreiras está escasso e caro. Cidades como São Paulo, São José dos Campos, Campinas, entre outras regiões mais adensadas, possuem elevada geração de resíduo de construção.

Até o final de 2018, serão 400 usinas de reciclagem de entulho no Brasil, segundo estimativa da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon).

De acordo com a consultoria I&T – Gestão de Resíduos, a prefeitura de São Paulo gasta algo em torno de R$ 113,00 por metro cúbico na destinação do resíduo.  O custo por caminhão chega a R$ 1254,00.

Se o entulho não for coletado, os gastos públicos podem atingir proporções maiores em saúde pública, pois poderão ser de aproximadamente R$ 409,00 por dia com internação, de acordo com o DataSUS, caso alguém seja hospitalizado devido a alguma doença provocada por vetores associados ao entulho, como dengue, cólera, leptospirose etc.

O resíduo da construção e demolição (RCD) é um grande problema das pequenas e grandes cidades. De acordo com um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) menos da metade dos municípios apresentaram seus planos de resíduos sólidos, realidade que resulta em custos altíssimos na gestão dos resíduos e problemas graves na saúde pública.

Pesquisa

Frente a esse cenário, uma pesquisa sobre o assunto será divulgada durante um seminário que será realizado em 22 de novembro na Waste Expo Brasil. Na ocasião, especialistas estarão reunidos para falar sobre o assunto.

O seminário será realizado pela Abrecon, que apresentará a Pesquisa Setorial 2017/ 2018, com dados do setor coletados com as usinas de reciclagem de RCD (Resíduo da Construção e Demolição).

"A estimativa é que o agregado reciclado chegue a aproximadamente 5% do total de agregados para construção civil comercializados no país em 2019. O valor de venda é cerca de 10% mais baixo em relação ao agregado in natura", avalia Hewerton Bartoli, presidente da Abrecon.

Programação

Marcos Penido, secretário das prefeituras regionais de São Paulo, falará no seminário sobre a experiência da cidade de São Paulo na utilização do agregado reciclado em obras de pavimentação e manutenção. O assunto será abordado na palestra "O uso do agregado reciclado pela Prefeitura de São Paulo".

De acordo com Levi Torres, coordenador da Abrecon, a ideia é que as prefeituras passem a absorver o agregado reciclado nas tabelas e entrem num ciclo realmente sustentável, ao invés de dar destinação indevida a um material que pode ter aplicação ecológica.

"O resíduo reciclado pode ser utilizado para produzir 30 tipos de materiais, como contrapisos, sub-bases, tijolos, bloquetes, rebocos, artefatos de concretos, balaústres, bancos, mesas de praças, mourões, entre outros", exemplifica.

Durante o evento, também será lançado o Manual de Aplicação do Agregado Reciclado (MARE), para atender às necessidades do mercado e das recicladoras que fornecem esse tipo de agregado.

Concebido pela Abrecon em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), orienta corretamente a nomenclatura e as aplicações de cada material. Por exemplo, se é permitido construir uma estrada ou um poste com agregado reciclado.

"Existe um grande desafio que é padronizar a nomenclatura desse material. Enquanto muitos falam entulho reciclado, lixo reciclado, resíduo reciclado, ou cascalhão, a especificação nos editais municipais acaba sendo entulho usinado. E as usinas vendem diferentes produtos resultantes do processo de reciclagem, como areia reciclada, bica corrida reciclada, brita reciclada, entre outros. Devido essas diferenças de nome, as prefeituras não aceitam comprar o material por não constar no objeto da licitação", explica Levi Torres.

Serviço:

Seminário Nacional da Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição

Data: 22 de novembro de 2018, às 8h

Local: Centro de Exposições Pro Magno em São Paulo

R. Samaritá, 230 – Casa Verde – São Paulo – SP

Inscrições: www.abrecon.org.br/seminario

Postado em 30/10/2018