28 de abril de 2025

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Por: Redação

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Tags: equipamento

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Categorias: destaques, Equipamentos

Questão de dimensão: o boom dos mini-equipamentos

O Brasil mudou bastante nos últimos anos, em todos os aspectos e, hoje, o mais comum é que os canteiros de obras de edificação em centros urbanos sejam incrustados em quarteirões movimentados, onde a logística de transporte, instalação e uso de equipamentos pode causar transtornos. Esse cenário, que também engloba um fator de ordem ambiental, pode influenciar o mercado a escolher, quando for tecnicamente indicado, mini-escavadeiras e minicarregadeiras.

Além de darem conta do serviço, esses equipamentos podem agregar produtividade e economia aos canteiros de obras, mas o mercado ainda carece de educação para adotar equipamentos compactos no lugar de máquinas maiores, muitas vezes superdimensionadas para alguns serviços urbanos. 

Marcelo Mota, especialista de marketing de produto da New Holland Construction, avalia que o mercado brasileiro é diferente do americano e do europeu. Aqui, segundo ele, as restrições orçamentárias tanto do setor público quanto do privado tornam os canteiros de obras peculiares. “Mas com a melhoria das condições de trabalho e especialização da mão de obra, o uso correto dos equipamentos é uma tendência”, adianta. 

Para ele, uma das relações que se pode estabelecer para explicar o uso ainda abaixo do potencial de máquinas compactas é a qualificação da mão de obra. “Como ocorre no mundo todo, a mão de obra está se tornando mais especializada, com foco na mecanização e automação. Se observarmos as regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde a mecanização está em fase mais avançada, o mercado de máquinas compactas está aquecido. Nas outras regiões, ele ainda se mostra em fase inicial, porém, com expectativa de crescimento nos próximos anos”, diz. 

Avanço da mecanização

Ademir Birello, gerente regional de vendas da Mason Equipment, diz que a mecanização das operações já deixou de ser uma tendência e isso explica a expansão dos compactos não só na construção civil, mas também em obras de pavimentação, indústrias, saneamento básico e até no setor agrícola. “Devido a sua grande versatilidade e capacidade de trabalhar em locais confinados e de difícil acesso a linha de compactos possui um mercado muito grande a ser trabalhado”, avalia.

A Mason Equipment distribui 22 modelos de equipamentos da BobCat no Brasil. Segundo Birello, o destaque está na linha de mini-escavadeiras, cuja requisição vem crescendo nos últimos anos de maneira consistente. “A linha de minicarregadeiras também vem crescendo de maneira interessante e avançou mais de 30% nos últimos dois anos”, diz. “Ambos os modelos, portanto, confirmam que a mecanização das operações já é uma realidade no Brasil, mesmo que inicial e que temos um grande mercado a ser explorado, apesar dos desafios como a necessidade de mão de obra especializada”, diz. 

A linha Bobcat disponibilizada pela Mason Equipment inclui miniescavadeiras de 1t a 8t e minicarregadeiras de 1,3t a 4,1t. “Agora, estamos trazendo para o Brasil a linha de cortadores de grama giro zero da Bobcat. Esta linha visa atender a um outro mercado de compactos que vem crescendo, principalmente na  prestação de serviços de zeladoria e conservação”, revela Birello.

A Mason Equipamentos é responsável pela distribuição da Bobcat nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Maranhão, Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A estrutura da empresa inclui centros de atendimento, estoque e suporte técnico voltados a atender a demanda crescente por equipamentos compactos nesses mercados.

Orientação do mercado para mini-equipamentos

Bernardo Veroneze, head comercial de rental da Armac, relata que a experiência de sua empresa corrobora a percepção de que o mercado ainda necessita de mais orientação quanto à escolha de máquinas. 

A Armac tem para locação mini-escavadeiras Volvo, Doosan, JCB, Link-Belt e Yanmar. Já entre as minicarregadeiras, a empresa conta com modelos Bobcat, Case, JCB, Manitou e New Holland. A análise técnica de uma frota de equipamentos é complexa e, muitas vezes o cliente, seja ele grande ou pequena empreiteira, não tem conhecimento suficiente sobre as melhores aplicações das máquinas. Por isso, nós temos um time comercial com autoridade e conhecimento de nossos ativos, para oferecer as melhores soluções e sugerir mudanças em relação ao pedido inicial, caso seja necessário”, diz. 

Na visão de Veroneze, é comum o cliente solicitar uma escavadeira erroneamente. “Nesses casos, nós buscamos mostrar a ele que, para aquela necessidade específica, uma mini será suficiente para garantir a produtividade desejada”, diz. “Nós somos os especialistas e cabe a nós mostrarmos as aplicações e as vantagens das máquinas, além de fazê-lo entender sobre a importância da manutenção”, completa. 

Diagnóstico semelhante é apresentado por Carlos Renato Machado, diretor comercial da divisão de máquinas do Grupo Tracbel, empresa distribuidora das marcas Volvo e SDLG. “Ainda precisamos evoluir quanto a este tema. É comum vermos equipamentos de maior porte operando em obras nas quais deveriam estar sendo usados máquinas compactas. Isso se deve principalmente à disponibilidade das máquinas maiores, fazendo com que as empreiteiras as desloquem para este tipo de obra. Isso acaba não sendo produtivo e atrapalha a logística em sites nos centros urbanos. Com a ampliação da venda de equipamentos compactos, isto tende a diminuir gradativamente”, diz ele.

Leia a reportagem completa na Revista Apelmat 180