Minas terá R$ 1,5 bilhão em obras rodoviárias focadas no turismo
O Governo de Minas Gerais deu início a uma ofensiva de infraestrutura voltada ao turismo com o lançamento do Infraturismo – Minas é o Caminho, programa que reúne R$ 1,5 bilhão em investimentos até 2026. A iniciativa abrange 35 rodovias e mais de 1,3 mil quilômetros de intervenções, entre obras de pavimentação e recuperação funcional, com o objetivo de ampliar o acesso a destinos turísticos e estimular o desenvolvimento regional.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), em articulação com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), o programa busca melhorar as condições de tráfego tanto para visitantes quanto para os próprios mineiros, que representam 61% do fluxo turístico no estado.
“Mais que atrair turistas de fora, queremos que os mineiros redescubram o seu próprio território, com estradas em boas condições e integradas às potencialidades culturais e naturais de cada região”, explica a equipe técnica envolvida no planejamento do programa.
Conectando patrimônios, parques e regiões de identidade
O Infraturismo abrange 26 regiões turísticas de Minas Gerais e deve beneficiar diretamente mais de 47 municípios. Trechos estratégicos como os acessos ao Santuário da Padroeira de Minas, em Caeté, ao Parque Estadual do Rio Doce, ao Parque Nacional da Serra do Cipó, ao centro histórico de Diamantina e a destinos consolidados como Monte Verde (Camanducaia), Serro, Gonçalves e Conceição do Mato Dentro estão entre os contemplados.
A expectativa do governo é que a modernização da malha viária funcione como alavanca para a economia da criatividade, gerando emprego e renda com base em atividades ligadas ao turismo, à cultura e à gastronomia.
Entre as regiões beneficiadas estão os circuitos das Serras Verdes do Sul de Minas, Trilhas do Rio Doce, Caminhos da Mantiqueira, Mar de Minas, Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Cada um dos 35 trechos foi escolhido por sua relevância no mapa turístico e por sua capacidade de induzir desenvolvimento em cadeias produtivas locais.
Segundo a Secult, o estado já contabiliza 32 milhões de turistas em 2024, sendo que 78% desse público chega aos destinos por meio de transporte rodoviário. A recuperação das estradas, portanto, não é apenas uma questão de infraestrutura: é um passo para transformar o turismo em política pública de inclusão territorial.
Ao articular mobilidade e identidade regional, o programa reforça a diretriz de valorização do turismo interno e da vivência das tradições locais. O governo aposta na ideia de que a estrada bem cuidada também é um convite para que os moradores revisitem seus próprios marcos históricos, religiosos e ambientais.
A previsão é que as intervenções sejam concluídas até o fim de 2026, com entregas em etapas e prioridade para regiões com vocação já consolidada ou em desenvolvimento. A partir dessa base de infraestrutura, outras políticas – como capacitação, promoção turística e estímulo ao empreendedorismo – devem ser integradas para consolidar os destinos como polos de atração.
Turismo
Ao lançar o Infraturismo, Minas Gerais reposiciona o turismo como eixo estruturante de sua estratégia de desenvolvimento. Com uma malha rodoviária extensa e um território diversificado em atrativos, o estado aposta no planejamento de longo prazo para transformar desafios históricos de acesso em oportunidades econômicas sustentáveis.
A lógica por trás do programa também responde a uma realidade concreta: os deslocamentos internos são dominados pelo transporte terrestre, e a experiência do turista começa – ou se encerra – na qualidade da estrada que o conduz.
Assim, ao priorizar investimentos em infraestrutura voltada ao turismo, o governo estadual aciona múltiplas frentes: conecta patrimônios, valoriza identidades regionais, facilita o fluxo de pessoas e bens e cria um ambiente favorável para novos negócios em cidades que ainda buscam maior visibilidade.
Com essa estratégia, Minas passa a tratar a malha viária não apenas como rota de escoamento, mas como elo entre cultura, economia e pertencimento. É uma tentativa de fazer da estrada um símbolo da redescoberta do território mineiro – por quem vem de fora, mas, principalmente, por quem já está em casa.