Komatsu amplia produção no Brasil, nacionaliza máquinas e mira novos mercados
A Komatsu deu início a mais um ciclo de expansão na unidade de Suzano (SP). Até 2027, a fabricante japonesa pretende aplicar R$ 100 milhões para modernizar linhas, elevar a capacidade anual de 3 mil para 4,5 mil máquinas e acelerar o desenvolvimento local de produtos voltados a construção, mineração, florestas e locação.
A estratégia parte de dois movimentos: lançar modelos inéditos feitos no país e nacionalizar equipamentos já consolidados no portfólio global.
Avanço na produção da Komatsu no Brasil
O primeiro passo foi a carregadeira de rodas WA380‑6, que passou a ser produzida em Suzano neste semestre. “O mercado cresceu e precisamos garantir disponibilidade, peças e financiamento via Finame”, diz Jeferson Biaggi, presidente da operação brasileira.
A produção local também reduz impostos e encurta prazos de entrega. Segundo Biaggi, a WA380‑6 atende obras do novo PAC, mineração de agregados e operações florestais. A demanda desses segmentos sustentou a decisão de internalizar o modelo.
Na mesma linha, a escavadeira de grande porte PC500LC‑10M0 será nacionalizada em 2026. Desde 2019 no Brasil, a máquina de 50 t tem 15 % mais produtividade e até 21 % de eficiência energética em relação à geração anterior, fatores que ampliaram sua participação nos setores de mineração, incluindo agregados.
O plano de lançamentos inclui ainda duas harvesters florestais desenvolvidas para as condições locais e uma família de carregadeiras compactas, em fase de engenharia, prevista para 2025‑2026. Para suportar o cronograma, a empresa ergue um novo galpão, instala robôs de solda, máquinas de usinagem e linha de pintura por cátodo.
A expansão exige mais pessoal e o time de engenharia está quase que dobrando em 2025 para acelerar testes, validações e adaptações de componentes regionais. “Vamos atender a América Latina e abrir frente para África”, diz Biaggi.
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Histórico de investimentos da Komatsu no Brasil
Os aportes atuais sucedem os R$ 161 milhões aplicados entre 2023 e 2025 e outros R$ 100 milhões injetados em 2022, que modernizaram fundição, corte a laser, caldeiraria e montagem.
Inaugurada em 1975, a fábrica de Suzano foi a primeira da Komatsu fora do Japão. Meio século depois, mantém fundição própria, linhas completas de usinagem e rede de 22 distribuidores que cobre todo o território nacional com serviços, peças e pós‑venda.
O novo ciclo de investimentos consolida a aposta no país e posiciona a unidade para entregar 50 % mais máquinas até 2030, em sintonia com a recuperação da construção pesada e dos grandes projetos de infraestrutura.