22 de março de 2022

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Por: santelmo

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Infraestrutura em 2022: veja entrevista do ministro Tarcísio na Revista APELMAT

Em entrevista exclusiva para a Revista APELMAT, o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, informa uma perspectiva de obras e leilões que virão pela frente. Confira:

No mês de novembro, o governo brasileiro fez em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a divulgação do programa de concessões da área de infraestrutura do país. Durante dez dias, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, esteve em países como França, Itália, Espanha e Emirados Árabes participando de reuniões com representantes de fundos de investimentos, operadores de infraestrutura e fundos soberanos. O objetivo é atrair pelo menos R$ 260 bilhões de investimentos privados para o Brasil até o fim de 2022.

De acordo com o ministro, foi possível discutir sobre projetos de aeroportos, mobilidade urbana, saneamento básico, rodovias, ferrovias autorizadas e privatizações portuárias. Nesses encontros internacionais, também foi possível falar sobre o que está sendo preparado para 2022, como a sétima rodada de leilões de aviação, com a concessão de 16 aeroportos (incluindo Congonhas e Santos Dumont), as desestatizações portuárias da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e do Porto de Santos (SP); além de novos projetos rodoviários.

Nesta entrevista exclusiva para a Revista APELMAT, o ministro transmitiu um panorama do que virá pela frente e as perspectivas para o ano de 2022. Confira:

Revista APELMAT – Existem obras de infraestrutura previstas para iniciar em 2022? Em quais estados?

Tarcísio de Freitas – O Brasil é um país que, historicamente, investiu muito pouco em infraestrutura de transportes. Isso gerou um grande déficit no setor. Fundamentamos as ações do Ministério da Infraestrutura no Plano Nacional de Logística (PNL) 2035, instrumento de planejamento que define as prioridades de investimentos públicos e privados no setor.

Tratamos infraestrutura como questão de Estado. Por isso, priorizamos a conclusão de obras inacabadas. Naturalmente, à medida que concluímos os empreendimentos, abre-se espaço orçamentário para o início de novas obras planejadas. Não há tempo a perder.

Para 2022 há importantes ações a iniciar, por exemplo, a pavimentação da BR-422/PA (Tucuruí – Novo Repartimento), a pavimentação da BR-135/MG (Manga – Itacarambi), a conclusão da BR-285/RS (São José dos Ausentes), além das ações de manutenção permanente da infraestrutura.

APELMAT – Como será a continuidade do processo de concessões no País, com os principais projetos multimodais?

Tarcísio – O cronograma de concessões está posto e estamos seguindo fielmente nosso planejamento, traçado ainda no início do governo. Desde 2019, já foram realizados 77 leilões no âmbito do Ministério da Infraestrutura. Recentemente, foi realizado o da Rodovia Presidente Dutra, maior da história, com previsão de R$ R$ 14,8 bilhões em investimentos ao longo do contrato. Isso sem falar dos nove terminais portuários, incluindo duas áreas no Porto de Santos, em novembro; e da BR-381/262/MG/ES, em dezembro.

APELMAT – Especificamente para 2022, o que temos previsto?

Tarcísio – Pensando em 2022, vale destacar a sétima rodada de leilões aeroportuários, abrangendo 16 aeródromos, inclusive os de Congonhas e Santos Dumont. Um investimento total de cerca de R$ 8,5 bilhões. O ano também deve ser marcado por desestatizações portuárias, com possibilidade do leilão do porto de Santos, onde o aporte privado pode chegar até a R$ 16 bilhões. No cronograma também estão importantes leilões rodoviários, como o das BR-116/493 (Rio – Governador Valadares), com R$ 9,2 bilhões a serem investidos, e os seis lotes das rodovias do Paraná, com R$ 44 bilhões a serem contratados junto à iniciativa privada.

A carteira de projetos do Ministério da Infraestrutura também já conta com projetos para 2023, como a concessão de aeroportos regionais no estado do Amazonas, através de uma parceria público-privada, para oito aeródromos de menor porte, que receberão um total de cerca de R$ 380 milhões em investimentos.

APELMAT – Quais são as áreas prioritárias para a realização de obras? Como elas vão ajudar a desafogar a infraestrutura dos setores atendidos?

Tarcísio – Há ações previstas em todos os segmentos: rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, além de setores coordenados por outros ministérios, como saneamento, habitação, óleo e gás, e linhas de transmissão. Todos integram o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Vale salientar que, desde 2019, o governo federal já contratou cerca de R$ 550 bilhões em investimentos em diversas áreas, não apenas de transportes. E a previsão é de que este valor atinja R$ 1 trilhão até o fim de 2022. Os investimentos previstos, sejam públicos ou privados, contribuirão para resgatar o déficit histórico de infraestrutura do nosso país, além impactarem positivamente na geração de emprego e renda.

APELMAT – Por ser um ano eleitoral, como o ministério planeja acelerar o ritmo de avanço dos projetos e concessões em meio à pressão político-econômica?

Tarcísio – Como já colocado, tratamos infraestrutura como uma questão de Estado. O fato de 2022 ser um ano eleitoral não altera em nada o nosso planejamento e o cronograma de concessões.