15 de dezembro de 2025

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Por: Redação

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Categorias: Mercado, Negócios

Fórum de Infraestrutura projeta R$ 300 bi em investimentos para 2026

O Fórum Exame Infraestrutura 2025, realizado no início de dezembro em São Paulo, projeta que o Brasil deve ultrapassar R$ 300 bilhões em investimentos em 2026, com forte protagonismo da iniciativa privada. Segundo Roberto Guimarães, diretor de Planejamento e Economia da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a maior parte virá de recursos privados com R$ 250 bilhões, enquanto o setor público deve investir R$ 50 bilhões ao longo de 2026.

Para ele, o país vive um momento de “investimentos superlativos”. Um dos impulsionadores é o setor de saneamento, que corre para atender as metas de universalização previstas para 2033. Carlos Piani, CEO da Sabesp, anunciou que a companhia acelerou o ritmo de investimentos para uma média anualizada de R$ 15 bilhões a R$ 16 bilhões, visando a universalização já em 2029. Nos nove primeiros meses de 2025, a companhia investiu R$ 10,4 bilhões.

“Temos obras em todos os municípios da Sabesp, focando principalmente no tratamento de esgoto, que é o maior gargalo”, disse Piani, citando o plano de ampliar a capacidade de tratamento da região metropolitana de 16 para 22 m³/s nos próximos anos. Em Minas Gerais, a Copasa também demonstrou crescimento de investimentos, passando de R$ 586 milhões em 2019 para uma projeção de R$ 2,5 bilhões em 2024, segundo Fernando Passaglio, presidente da empresa.

PPPs e concessões geram expectativa para 2026

O Fórum também ressaltou a ascensão das Parcerias Público-Privadas (PPPs) em infraestrutura social (escolas, hospitais e habitação). Guilherme Naves, sócio-fundador da Radar PPP, indicou que 2025 deve registrar oito vezes mais leilões neste segmento do que 2021 e estima R$ 120 bilhões com mais de 150 projetos em gestação. Segundo ele, a administração pública tem usado as PPPs como solução para garantir não apenas a construção, mas a operação e manutenção de equipamentos públicos a longo prazo.

Já na área de transportes, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) projeta dobrar a malha concedida, atingindo 25 mil km até o final de 2026. Guilherme Sampaio, diretor-geral da ANTT, inclusive, apontou ser favorável ao sistema Free Flow (pedágio automático sem cancelas), algo que Eduardo Camargo, presidente da Motiva Rodovias, disse ser irreversível. “Não imaginamos mais novas praças de pedágio físicas sendo construídas; a migração é para o pagamento automático e a engenharia digital,” disse Camargo.