Concessão da Rota da Celulose deve gerar R$ 10 bi em investimentos no MS
O governo do Mato Grosso do Sul realizou nesta quinta-feira (8), na sede da B3, em São Paulo, o leilão de concessão da chamada Rota da Celulose. O projeto reúne trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267 e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395. O contrato tem prazo de 30 anos e abrange 870,3 quilômetros entre as regiões central e leste do estado.
O vencedor foi o consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K Infra Concessões e Participações e Galápagos Participações. A proposta apresentada teve desconto de 9% sobre a tarifa básica de pedágio.
A área concedida atravessa nove municípios, conecta Campo Grande à região Sudeste e abriga a maior planta de celulose do mundo. Segundo projeções do governo estadual, o projeto pode gerar mais de 100 mil empregos — somando efeitos diretos, indiretos e induzidos. A concessão inclui serviços de recuperação, operação, manutenção, ampliação e implantação de melhorias. A previsão de investimentos é de R$ 10,1 bilhões, dos quais R$ 6,91 bilhões em Capex e R$ 3,19 bilhões em Opex.
O governador Eduardo Riedel afirmou que o projeto se insere em um ambiente de crescimento. “Mato Grosso do Sul criou um ambiente favorável de competitividade e desenvolvimento econômico, e o leilão da Rota da Celulose é resultado desse processo de crescimento. As rodovias que fazem parte deste projeto vão receber melhorias importantes, que vão qualificar a logística e infraestrutura da região, que recebe investimentos privados bilionários na área de celulose”, disse.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou a articulação entre União e estado. “Esse leilão bem-sucedido de hoje é resultado de um trabalho coletivo entre o Ministério dos Transportes e o governo do Mato Grosso do Sul. Não há outro caminho pra desenvolver o país sem o investimento privado se somando aos investimentos públicos”, afirmou. Ele antecipou que no próximo dia 22 será realizado o leilão de concessão da BR-163, também no estado. “Esses dois leilões vão contratar 25 bilhões em investimentos que vão dar um salto na economia do estado.”
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que o setor público deve garantir as condições para que o capital privado atue. “Precisamos dar o suporte de infraestrutura necessária para que o setor privado possa fazer aquilo que sabe fazer de melhor: investir, produzir, gerar emprego e renda. Porque é a iniciativa privada que consegue alavancar o desenvolvimento do Brasil.”
A diretora de Engenharia de Software da B3, Elaine Travizzanutto, lembrou que a bolsa tem histórico de participação em concessões. “Agradecemos a confiança do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, apoiado pelo Ministério dos Transportes, que reconhece a credibilidade e a capacidade da B3 para auxiliá-los em mais um processo de concessão de serviço para a iniciativa privada”, disse. “Temos orgulho de, há mais de 30 anos, oferecer um ambiente que promove o encontro de bons projetos a investidores, em prol do desenvolvimento do nosso país.”
