10 de novembro de 2025

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Por: Miriam Leite

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Tags: mercado imobiliário

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Categorias: destaques, Mercado

Nova edição do IDI Brasil revela salto de Belém e ascensão de capitais nordestinas

A nova rodada do Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil) confirmou a força do mercado residencial vertical no Nordeste e consolidou o avanço de Belém (PA) em todos os padrões analisados. Recife (PE), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Salvador (BA) registraram aumentos expressivos nos rankings, enquanto João Pessoa (PB) passou a integrar o levantamento. O trimestre também marcou a entrada de Ilhéus (BA) na lista de cidades em ascensão.

Nesta edição, o IDI ampliou a amostragem para 79 municípios com maior atratividade imobiliária. O estudo é desenvolvido pelo Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Belém cresce em todos os segmentos e se firma entre os principais mercados do país

O terceiro trimestre de 2025 trouxe mudanças relevantes no comportamento da demanda. Belém teve avanço consistente em todos os padrões, com destaque para o segmento médio, no qual passou da 35ª posição no primeiro trimestre para a 12ª no atual ciclo. A capital recebe investimentos públicos e incentivos no período que antecede a COP30.

Para José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC, a reestruturação recente impactou a demanda. “Belém tem atraído companhias internacionais e ampliado o mercado como um todo, que se apresenta em maior demanda por moradias. Não vejo essa relevância se encerrando com a COP, a capital deve continuar atrativa para o mercado imobiliário mesmo após o evento”, diz.

Fortaleza assume liderança nacional no padrão econômico e desbanca Curitiba

O segmento econômico, voltado a famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 12 mil, apresentou mudanças significativas no período. Fortaleza assumiu a primeira posição e ultrapassou Curitiba, que liderava desde a criação do índice. O desempenho reflete a melhora nos indicadores de atividade econômica e a redução das ofertas no mercado secundário, o que indica maior liquidez e velocidade de vendas.

A presença nordestina no ranking é dominante: cinco das dez primeiras posições estão na região. São Luís subiu seis colocações e alcançou o 14º lugar; Salvador registrou trajetória semelhante e agora está em 6º; Recife manteve crescimento contínuo e ocupa o 5º lugar. Os avanços são sustentados por demanda direta robusta e impulso aos lançamentos.

Campo Grande foi o maior destaque do Centro-Oeste. A capital ganhou 11 posições e chegou à 15ª colocação com fortalecimento dos novos projetos.

Top 5 do padrão econômico:

  1. Fortaleza (CE)

  2. São Paulo (SP)

  3. Curitiba (PR)

  4. Goiânia (GO)

  5. Recife (PE)

Médio padrão mantém estabilidade no topo e registra salto de Salvador e Belém

O ranking do médio padrão, voltado a famílias com renda de R$ 12 mil a R$ 24 mil, manteve São Paulo, Goiânia e Brasília nas três primeiras posições. Salvador subiu oito colocações e ocupa o 4º lugar, com crescimento uniforme nos principais indicadores.

Belém também avançou seis posições e chegou ao 12º lugar. Para Fabrizio Gonçalves, presidente do Sinduscon-PA, o movimento reflete retomada pós-pandemia. “Após a pandemia, o mercado em Belém passou por um período de retração. Agora, em 2025, vivemos uma retomada: muitos empreendimentos estão sendo entregues e vários outros estão em fase inicial. Tenho visitado obras ainda na fundação com mais de 90% das unidades vendidas. É um excelente momento para o mercado imobiliário de Belém, que deve se manter aquecido no próximo ano, mesmo após a COP”, afirma.

O Top 10 do segmento apresenta cenário equilibrado entre Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste, mostrando a expansão nacional do médio padrão.

Top 5 do médio padrão:

  1. São Paulo (SP)

  2. Goiânia (GO)

  3. Brasília (DF)

  4. Salvador (BA)

  5. Curitiba (PR)

Nordeste ganha força no alto padrão e amplia participação entre os maiores mercados do país

O segmento de alto padrão manteve São Paulo e Goiânia nas primeiras posições, impulsionadas por mercados maduros e demanda consistente. Recife e Fortaleza passaram a integrar o topo do ranking, refletindo equilíbrio entre demanda direta, aumento de novos estoques e estabilidade econômica regional.

Natal apresentou uma das maiores evoluções do trimestre. A capital potiguar saltou da 60ª para a 24ª posição com aumento expressivo na atratividade de lançamentos e ampliação do interesse de consumidores de alta renda.

O Top 10 do alto padrão distribui de forma homogênea representantes de todas as regiões do país.

Top 5 do alto padrão:

  1. São Paulo (SP)

  2. Goiânia (GO)

  3. Recife (PE)

  4. Fortaleza (CE)

  5. Brasília (DF)

Mercado segue dinâmico e diversificado, aponta Ecossistema Sienge

Para Gabriela Torres, gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge, o desempenho confirma a relevância do acompanhamento trimestral. “As movimentações observadas no terceiro trimestre de 2025 são bastante expressivas. Com um ano de divulgação do índice, fica evidente como o acompanhamento trimestral é fundamental para compreender as mudanças de comportamento da população e suas relações com a demanda por habitação.”

O IDI Brasil utiliza dados reais de transações imobiliárias para avaliar cada uma das 79 cidades monitoradas. A plataforma gratuita permite acompanhar indicadores de demanda, dinâmica econômica e atratividade de lançamentos, além da metodologia completa.