Paving Expo 2025 tem tom de otimismo e novos investimentos em rodovias
Os números não estão fechados, mas, certamente, esta foi a maior edição da Paving Expo, que reuniu mais de 300 expositores no Distrito Anhembi, em São Paulo. A oitava edição da feira ocorreu entre 23 e 26 de setembro, com presença da Apelmat, e transmitiu mensagem de otimismo e bom ânimo no mercado de obras viárias. Mais ainda: representantes do governo federal, estados, concessionárias e entidades do setor classificaram o momento da infraestrutura rodoviária como o mais favorável da história recente.
Guilherme Bianco, diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), disse que os investimentos em rodovias são prioridade do setor privado, acima de energia e saneamento. Ele lembrou ainda que, até o final de 2025, o país terá 40 mil km de rodovias concedidas. “É um número simbólico, equivalente a uma volta no planeta, e que mostra que há muito investimento a ser feito”, completou.
Carlos Barros, presidente-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), destacou que a atual gestão realizou 16 concessões, sendo 14 para novos entrantes. “O modelo tem funcionado. Além disso, o orçamento do DNIT chegou a R$ 15,6 bilhões em 2024, o maior dos últimos anos”, afirmou.
Na avaliação de José Ribeiro, presidente da Brasinfra, o ambiente nunca foi tão positivo. “O maior desafio hoje é mão de obra e a necessidade de atrair especialistas para o setor”, declarou.
Estados apresentam projetos
Governos estaduais também apresentaram iniciativas. Em Minas Gerais, Pedro Bruno, secretário de Infraestrutura, disse que o estado aposta em leilões e novas formas de contratação para acelerar investimentos.
Em São Paulo, Sergio Codelo, presidente do DER-SP, defendeu o papel das concessões e anunciou planos de ampliar a gestão estadual sobre rodovias municipais. Ele também antecipou o lançamento de licitação para instalar conectividade Wi-Fi em 14 mil km de rodovias e disponibilizar 1.080 câmeras inteligentes.
Expectativas com o evento
Guilherme Ramos, diretor da STO Feiras, promotora da Paving, afirmou que esta foi a edição mais desafiadora pelo porte e pelo local, o Distrito Anhembi. O evento reúniu 200 palestrantes, com recorde de participação internacional. “Temos o papel de ampliar o conhecimento sobre pavimentação no país”, disse.
Luciana Dantas, presidente da Associação Brasileira de Pavimentação (ABPV), ressaltou que a feira é espaço de construção coletiva para o setor. Já Sergio Figueiredo, presidente do Sinecesp, destacou a oportunidade de gerar negócios e parcerias.
Concessionárias discutem desafios
Em um painel sobre inovação e tecnologia em infraestrutura viária, as concessionárias de rodovias expuseram as suas visões sobre o setor e investimentos. Robinson Avila, diretor de Engenharia da Eixo SP, apontou a escassez de projetistas e a dificuldade em encontrar parceiros confiáveis. “São R$ 20 bilhões em capex para obras que precisam durar 30 anos. Não há espaço para empresas aventureiras”, afirmou.
Do lado dos governos, Mohamed Kasem, diretor financeiro do DER/PR, destacou que a modelagem contratual precisa prever cenários de longo prazo. Ele citou uma resolução que obriga empresas a apresentarem seguro para garantir a execução.
Na visão de Lidiane Blank, da Votorantim Cimentos, a previsibilidade dos contratos é essencial. A empresa desenvolveu modelos de negócios para pavimentos rígidos que consideram custos de longo prazo.