75% dos equipamentos de construção terão conectividade até 2030, defende Milwaukee Brasil
O uso de conectividade em equipamentos e ferramentas de construção deve alterar de forma estrutural o modo como as obras são conduzidas na próxima década. A digitalização de processos e a troca de dados em tempo real entre máquinas e sistemas já compõem um novo padrão de eficiência operacional no setor, como concatena a Milwaukee Brasil.
De acordo com relatório da Future Market Insights, o mercado global de equipamentos inteligentes para construção deve crescer de US$ 24,4 bilhões em 2025 para US$ 81,5 bilhões em 2035, com taxa média anual de 12,8%. A Internet das Coisas (IoT) é apontada como a principal tecnologia dessa transformação, representando 34% do mercado global ainda em 2025.
Já o estudo Global Connected Construction Machine Market, da Counterpoint Research, pontua que cerca de 75% das máquinas utilizadas na construção civil mundial terão conectividade incorporada até 2030. Em 2022, uma em cada três máquinas vendidas globalmente já possuía recursos de comunicação e monitoramento remoto. A expectativa é de que o ritmo de crescimento médio no setor se mantenha próximo de 11% ao ano até o fim da década, impulsionado pela busca por produtividade, segurança e controle de ativos.
Brasil avança em ritmo próprio
No Brasil, o avanço da conectividade em equipamentos segue um ritmo distinto, mas em convergência com a tendência global. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicado em 2023, revelou que apenas 2% das empresas da construção civil utilizam máquinas com até 2,5 anos de uso, enquanto 28% ainda operam equipamentos com idade entre 10 e 15 anos. O levantamento ouviu 1.682 executivos, sendo 356 do setor da construção, e apontou que parte significativa do parque fabril ainda opera com tecnologia defasada.
Por outro lado, dados do IBGE indicam que o movimento de digitalização vem se acelerando. Em 2024, 89,1% das empresas industriais com 100 ou mais funcionários já utilizavam ao menos uma tecnologia digital avançada, com destaque para o uso crescente de Big Data, que chegou a 84,5% nas áreas produtivas.
“O setor de construção civil no Brasil tem muito o que avançar em termos de adoção de maquinário conectado, mas vemos um crescimento consistente no uso de conectividade no país”, afirma Paula Cristina Dani, CEO da Milwaukee Brasil.
A empresa, subsidiária da marca norte-americana de ferramentas elétricas, mantém operações no país há 10 anos e tem investido na introdução de soluções com o sistema ONE-KEY™, uma tecnologia de conectividade embarcada e patenteada. “Nossa operação tem crescido exponencialmente. Nesse período, abrimos duas unidades no Brasil, contamos com 33 revendas autorizadas e 75 funcionários. O mercado de conexão inteligente em ferramentas está em franca expansão”, diz Paula.
As ferramentas conectadas da Milwaukee, como parafusadeiras e esmerilhadeiras, permitem monitoramento, controle e personalização via software. O sistema ONE-KEY™ possibilita ajustar torque, velocidade e modos de operação em nuvem, armazenar perfis de uso e alternar entre eles conforme a necessidade de cada tarefa.
Conectividade e análise de dados
Além da automação, as ferramentas registram o histórico de uso e geram relatórios inteligentes a partir dos dados coletados. As informações alimentam sistemas de gestão de manutenção e controle de produtividade, alinhando-se à tendência de adoção de análise preditiva e Big Data na indústria brasileira.
“O ganho de eficiência vem do uso de dados e da integração entre ferramentas, usuários e sistemas centrais. A conectividade permite prever falhas, reduzir perdas e aumentar o tempo útil dos equipamentos”, afirma Paula Cristina Dani.
O sistema também incorpora funções de rastreamento por Bluetooth e bloqueio remoto (tool lock-out), que possibilitam desativar equipamentos marcados como perdidos ou roubados.
A convergência entre conectividade e análise de dados marca uma transição na forma de operar os canteiros de obras. Máquinas e ferramentas passam a integrar um ecossistema digital em que cada ativo se torna fonte de informação.
A combinação entre monitoramento remoto, gestão automatizada e relatórios inteligentes permite que construtoras ajustem operações em tempo real, controlem custos e aumentem a segurança.
Com três em cada quatro máquinas do setor global de construção previstas para estar conectadas até 2030, a digitalização deixa de ser tendência e se torna padrão operacional. O avanço das soluções embarcadas, como o ONE-KEY™, reforça um cenário em que a conectividade é parte essencial da infraestrutura moderna.
A transformação digital da construção civil, antes restrita ao projeto e à gestão, agora alcança o chão de obra, inaugurando uma nova etapa de produtividade e controle sobre máquinas, ferramentas e processos.





